Estudo VII - O Fruto do Espírito
Santo
"Mas o fruto do
Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei" (Gálatas 5:22 e 23).
Somos salvos unicamente pelo
que Jesus Cristo realizou por nós na cruz dois mil anos atrás.
Como Pedro afirmou: "Mas
cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles [os
gentios] o foram" (Atos 15:11). Ou Paulo:
"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é
dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie" (Efés. 2:8 e 9).
No entanto, nenhum cristão que
aprecia a promessa de salvação por meio de Jesus pode viver sem produzir os
frutos do Espírito (Mat. 12:33), a manifestação
diária do que Cristo fez por nossa vida. Podemos professar todas as verdades
sagradas no Céu e na Terra, mas a melhor evidência de que estamos em Cristo é o
fruto que produzimos.
Amor
"Ora, a esperança não
confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito
Santo, que nos foi outorgado" (Rom. 5:5).
Na primavera dos climas
temperados, determinado tipo de árvore produz folhas inevitável e
espontaneamente, conforme a seiva começa a subir o tronco e alcançar cada galho
e ramo. Da mesma forma, um cristão cheio do Espírito produzirá o fruto do amor,
por meio do Espírito.
Jesus é Deus. Como não existe vida
sem de Deus, não existe amor ou virtude a não ser em Deus. Espera-se que um ser
humano possua e manifeste o amor divino, mas ele deve recebê-lo de Deus. Não
existe outra fonte. De onde mais viria, se não de cima? Será que seres que são
apenas proteína, carbono, água ou apenas átomos e moléculas, não importa quão
sadios sejam, podem expressar amor? Como esses elementos podem amar? Não
importa quão bom pintor seja, não importa quão perfeitas sejam suas pinturas e
tela, nenhuma flor que a pessoa pinte viverá, fará a fotossíntese ou produzirá
semente. Carbono, água e proteína, por si mesmos, não podem viver, muito menos
amar. O amor tem que vir de uma fonte que por si mesma sabe amar e pode
conceder amor. Essa fonte, evidentemente, é Deus (veja 1 João 4:8).
Uma pergunta importante
precisa ser respondida: o que queremos dizer por "amor"? Essa palavra
foi tão ampliada e, conseqüentemente, tão desmerecida, para cobrir uma multidão
tão grande de atos e emoções, que dificilmente lhe fazemos justiça. Mas a
Bíblia traz versos que nos ajudam a entender o conceito bíblico de amor como
fruto do Espírito.
Alegria e paz
A idéia de alegria e paz como
frutos do Espírito (Gál. 5:22 e 23) pode ser mal-interpretada. Nosso mundo é
pecaminoso; somos seres pecaminosos, cada um de nós sofrendo os efeitos do
pecado: doença, perda, separação, medo, preocupação, incerteza... a lista é
grande. Ninguém, nem mesmo um cristão, está livre das lutas dolorosas que nos
afligem em um mundo caído. Jesus sofreu; nós também vamos sofrer.
E ainda, como cristãos, deve
haver uma diferença. Ao contrário de muitas pessoas que atribuem a dor e o
sofrimento às forças casuais e sem propósito da natureza, ao puro acaso ou à
ira de maus espíritos, devemos, dia a dia, viver com o conhecimento constante
de que não servimos só a um Deus vivo, mas a um Deus amoroso, e que esse Deus
não só conhece nossas dificuldades mas nos ama e Se importa conosco em nossas
aflições. Afinal, como ser humano, Ele conheceu bastante aflição em Si mesmo (Isa. 53:3;Mar. 15:15; João 11:35; Heb. 4:15; 1 Ped. 4:1). Deste modo,
podemos saber que, seja o que for que nos aconteça, sejam quais forem nossos
erros, sejam quais forem nossas negligências, Deus nos ama e promete nos ajudar
a vencer, se formos fiéis. Deus também nos promete uma eternidade feliz. Essa
idéia deve nos dar alegria e paz que nos habilitem a suportar melhor todas as
circunstâncias difíceis em que nos encontrarmos agora.
Devemos nos lembrar, também,
que, como fruto do Espírito, a presença de alegria e paz não significa
sentir-nos sempre felizes; ao contrário, alegria e paz são resultado de saber –
mesmo quando não nos sentimos felizes ou que as circunstâncias não sejam boas –
que Deus está perto e promete nos ajudar em meio a tudo o que aconteça.
Por que devemos sempre ter, se
não felicidade, ao menos alegria e paz em nossa vida como cristãos, não
importando quais sejam nossas circunstâncias difíceis? Leia Mat. 6:31 e 32; Rom. 8:28; Apoc. 21:4
Longanimidade
Outro "fruto do
Espírito" em Gálatas 5 é
"longanimidade." No grego, essa palavra significa, basicamente,
paciência, resistência, constância, firmeza e recusa em vingar a
injustiça.
Leia as passagens seguintes
que revelam para nós a "longanimidade" de Deus:
d. Apoc. 2:21
"A longanimidade
suporta todas as coisas, sim, muitas coisas, sem buscar desforra quer por
palavras quer por atos.
"A
‘longanimidade’ é a paciência em face da ofensa. Se você for longânimo, não
comunicará a outras pessoas o suposto conhecimento das faltas e erros de seus
irmãos. Buscará ajudá-lo e salvá-lo, porque foi comprado com o sangue de
Cristo. ... Ser longânimo não é ser melancólico e triste, áspero e desapiedado;
é exatamente o oposto." – Minha Consagração Hoje, pág. 52.
Nossa paciência e
longanimidade com os outros devem se originar, pelo menos em parte, da
percepção da paciente longanimidade de Deus para conosco. Imagine se Deus
tratasse cada um de nós como nós mesmos costumamos tratar uns aos outros!
Felizmente, Ele não faz assim, e o fato de que Ele é sumamente paciente conosco
e com nossas culpas significa que devemos ser pacientes com os outros e suas
culpas. Quando nos olharmos no espelho e nos virmos como somos, e soubermos que
Deus nos ama e suporta, apesar do que vemos no espelho, seremos mais capazes de
manifestar verdadeiramente esse fruto da longanimidade. Por nós mesmos, não
podemos fazê-lo; só quando rendemos a vontade a Deus e mantemos diante de nós a
cruz e o que ela representa sobre a longanimidade de Deus para conosco, é que
produziremos o mesmo fruto em nossa vida.
Benignidade e bondade
Também é interessante, como
todos os frutos do Espírito refletem aspectos do caráter de Jesus. Recapitule
aqueles frutos do Espírito que já examinamos até agora: em cada caso, esses
atributos são encontrados em Jesus. Assim, quando olhamos para Cristo, podemos
ver a maior revelação possível de bondade e delicadeza (BLH) ou amabilidade
(NVI), porque, à semelhança de Deus, Jesus refletia perfeitamente essas
características. Assim, como podemos ver, quanto mais manifestarmos o fruto do
Espírito, mais seremos semelhantes a Jesus.
Se, por exemplo, tomasse a
história do jejum de Jesus no deserto (Mat. 4:1-11), você veria um
aspecto de bondade em Sua negação do eu pelo bem de outros. Ou se tomasse o
exemplo de Jesus com a mulher junto ao poço (João 4:5-42), você veria um
exemplo de delicadeza que consiste em tratar as pessoas, mesmo as que cometeram
injustiça, com cortesia e respeito.
Fé
De onde vem a fé? Efés. 2:8
Fé e crença são traduzidas da
mesma raiz grega original. E isso tem sentido porque você precisa crer em
alguma coisa, antes de ter fé nela. Você pode ficar rico em um emprego que
detesta, ou pode ser curado por um médico em quem não confia – mas nunca terá
fé em um Deus em quem você não crê. A crença é inseparável da fé.
Mas fé e crença não são a
mesma coisa. "Fé" pode significar "crença" mas crença não
significa automaticamente "fé". A Escritura adverte sobre a confusão
entre as duas.
A chave para a compreensão do
que Tiago queria dizer em 2:19 é o verso 20. Fé bíblica e obras estão
inter-relacionadas da mesma maneira como a vida humana está relacionada com a
respiração: uma significa automaticamente a outra. Uma pretensa fé que não leva
à submissão à vontade de Deus não é fé genuína, mas falsificação satânica. Uma
fé que não é viva nem salvadora é simplesmente teórica. Ao contrário, a fé é
sempre experimental e leva à ação. Ou, como Tiago afirma abruptamente: "a
fé sem as obras é inoperante" (v. 20), assim como um corpo sem respiração
está morto.
A fé é um dom, fruto do
Espírito, mas não é dada sobrenaturalmente sobre nós, e continuamos nosso
caminho muito contentes. É decisivo cultivar essa fé diariamente, fundamentada
no amor a Deus e no que Ele fez por nós. Se a fé não for valorizada, se não for
nutrida, protegida e fortalecida, ela degenerará em mera crença e, talvez mais
tarde, em incredulidade. O mundo está cheio de pessoas que no passado foram
fervorosas, mas não crêem mais. "Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça
haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do
Deus vivo" (Heb. 3:12).
Dois outros frutos do Espírito
são mansidão e temperança: "Moisés foi o maior homem que se ergueu como
líder do povo de Deus. Ele foi muito honrado por Deus, não pela experiência que
obteve no tribunal egípcio, mas porque foi o mais manso dos homens. Deus falava
com ele face a face, como um homem fala com seu amigo. Se alguém deseja ser
honrado por Deus, que seja humilde. Os que levam avante a obra de Deus devem
ser diferentes de todos os outros por sua humildade. Daqueles que são notáveis
por sua mansidão, Cristo diz: Pode-se confiar nele." – SDA Bible
Commentary, vol. 1, pág. 1.113.
"Discipline e controle as faculdades
mentais. O domínio próprio é uma faculdade que todos possuem. É obtido
colocando a vontade inteiramente do lado de Deus, tomando a vontade dEle como a
sua própria." – Nossa Alta Vocação, pág. 217.
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