A Arca como instrumento de guerra:
A Arca
representava o próprio Deus entre os homens. A crença de Sua presença ativa fez
com que os hebreus, por várias vezes, carregassem o objeto à frente de seus
exércitos nas batalhas realizadas durante a conquista de Canaã. Segundo a
Bíblia, a presença da Arca era suficiente para que pequenos contingentes
hebreus aniquilassem exércitos cananeus inteiros.[carece de fontes] Mas
quando dispensavam-na, sofriam derrotas desastrosas.
Ainda
restava o assentamento das sete Tribos de Israel na Terra de Canaã para que a
conquista estivesse completa, quando Josué determinou a construção de um
Tabernáculo permanente na cidade de Siló, onde a Arca ficaria protegida.
A captura da
Arca pelos Filisteus e seu retorno:
Nos últimos
anos do período dos Juízes de Israel, a Arca da Aliança era guardada pelo
sacerdote Eli, e seus filhos Hofni e Finéias. O profeta Samuel, ainda jovem,
recebeu uma revelação divina condenando os mesmos ao julgamento, devido a
crimes cometidos.
Neste tempo,
segundo o relato bíblico, os filisteus invadiram a Palestina, vencendo o
exército israelita próximo à localidade de Ebenézer. Estes, vendo-se em
situação adversa, apelaram para a Arca, e a trouxeram de Siló. A maldição sobre
Eli teria tido lugar, pois a Arca não surtiu efeito na batalha: os israelitas
foram derrotados, e o objeto capturado. Os filhos de Eli foram mortos, e este,
ao saber da notícia, caiu de sua cadeira e morreu com o pescoço quebrado.
Os filisteus
teriam tomado a Arca como despojo de guerra, e a levaram ao templo de Dagom, em
Asdode. O relato bíblico conta que a simples presença do santuário naquele
local foi o suficiente para que coisas estranhas ocorressem: por duas vezes, a
cabeça da estátua de Dagom apareceu cortada. Em seguida, moléstias
(hemorróidas, especificamente, além de um surto de ratos) teriam assolado a
população de Asdode, inclusive príncipes e sacerdotes filisteus, o que fez com
que a arca fosse transportada para Ecrom, outra cidade filistéia. Porém, a
população local reagiu negativamente à sua presença, e a enviou de volta ao
território de Israel numa carroça. O tempo de permanência da Arca na Filístia
teria sido de sete meses.
A carroça,
puxada por vacas, parou em Bete-Semes, onde foi recebida por um certo Josué
(personagem diferente do Josué, comandante da Conquista de Canaã). Os
bete-semitas, movidos pela curiosidade, olharam para o interior da Arca, e
morreram instantaneamente fulminados. Em seguida, foi transportada para
Quireate-Jearim, onde ficou aos cuidados de Eleazar por 20 anos.
A Arca em
Jerusalém e o Templo de Salomão:
No início de
seu reinado, Davi ordenou que a Arca fosse trazida para Jerusalém, onde ficaria
guardada em uma tenda permanente no distrito chamado Cidade de Davi. Com o
passar do tempo, Davi tomou consciência de que a Arca, símbolo da presença de
Deus na Terra, habitava numa tenda, enquanto ele mesmo vivia em um palácio.
Então começou a planejar e esquematizar a construção de um grande Templo.
Entretanto, esta obra passou às mãos de seu filho Salomão.
No Templo,
foi construído um recinto (chamado na Bíblia de "oráculo") de cedro,
coberto de ouro e entalhes, dois enormes querubins de maneira à semelhança dos
que havia na Arca, com um altar no centro onde ela repousaria. O ambiente
passou a ser vedado aos cidadãos comuns, e somente os levitas e o próprio rei
poderiam se colocar em presença do objeto sagrado.
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