quinta-feira, 20 de outubro de 2016


Ademais, a mentira de Satanás seria classificada como uma “verdade”, uma vez que o homem não morreria mesmo – viveria eternamente por meio de uma alma imortal que teria sido supostamente implantada no ser humano. Fica muito claro que o homem não seria inerentemente imortal, mas passaria por um estado de morte – “morrendo, morrereis” – por causa do pecado, uma “lacuna”, um período sem vida entre a morte e a ressurreição, fato esse que Satanás queria desmentir, dizendo que certamente não morrerás(cf. Gn.3:4). 4  Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.

O processo de morte alcançaria todos os seres humanos, pois “o salário do pecado é a morte” (cf. Rm.6:23) e “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (cf. Rm.3:23), por isso, “a alma que pecar, essa morrerá” (cf. Ez.18:4). Isso tudo nos deixa claro que a morte como conseqüência do pecado não alcançaria tão somente o corpo, mas o ser integral do ser humano, corpo e alma (cf. Ez.18:4,20; Gn.2:7). Como bem disse o pastor luterano Martin Volkmann: Como vemos, há duas concepções de vida após a morte. A diferença, segundo certo modo de pensar, é que a parte supostamente imortal não foi afetada pelo pecado em nós, enquanto na outra forma de pensar reconhece-se a natureza radical do pecado e proclama uma nova vida através da obra salvadora de Deus.

A morte seria a cessação total de vida. Corpo e alma foram afetados pelo pecado. A imortalidade não era uma possessão natural através de uma alma recém-implantada, mas condicionada à obediência a Deus na participação da árvore da vida. Mas o homem pecou. Transgrediu a ordenança divina. Trouxe a morte para si mesmo. Perdeu a participação na árvore da vida. Tornou-se naturalmente mortal. E, a partir deste dia, ele morreria na morte – não teria uma existência contínua em forma incorpórea após a morte.


Felizmente, a Palavra de Deus nos apresenta uma reviravolta neste quadro, apresentando que o processo de morte iniciado em Adão e a cessação de vida como conseqüência do pecado não seria um quadro perpétuo, mas seria revertido em Cristo, na Sua Vinda: Pois da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados. Mas cada um por sua vez: Cristo, as primícias; depois, quando ele vier, os que lhe pertencem” (cf. 1Co.15:22,23). 

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