Ademais,
a mentira de Satanás seria classificada como uma “verdade”, uma vez que o homem
não morreria mesmo – viveria eternamente por meio de uma alma imortal que teria
sido supostamente implantada no ser humano. Fica muito claro que o homem não
seria inerentemente imortal, mas passaria por um estado de morte – “morrendo, morrereis” – por causa do pecado, uma “lacuna”, um período sem vida entre a morte e a ressurreição, fato esse que
Satanás queria desmentir, dizendo que “certamente não
morrerás” (cf. Gn.3:4). 4 Então a
serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.
O processo de morte alcançaria todos os seres
humanos, pois “o salário do pecado é a morte” (cf.
Rm.6:23) e
“todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (cf. Rm.3:23), por
isso, “a alma que pecar, essa morrerá” (cf.
Ez.18:4). Isso tudo nos deixa claro que a morte como conseqüência do pecado não
alcançaria tão somente o corpo, mas o ser integral do ser humano, corpo e alma
(cf. Ez.18:4,20; Gn.2:7). Como bem disse o pastor luterano Martin Volkmann: “Como vemos, há duas
concepções de vida após a morte. A diferença, segundo certo modo de pensar, é
que a parte supostamente imortal não foi afetada pelo pecado em nós, enquanto
na outra forma de pensar reconhece-se a natureza radical do pecado e
proclama uma nova vida através da obra salvadora de Deus”.
A morte seria a cessação total de vida. Corpo e
alma foram afetados pelo pecado. A imortalidade não era uma possessão natural
através de uma alma recém-implantada, mas condicionada
à obediência a Deus na participação da árvore da vida. Mas o homem pecou.
Transgrediu a ordenança divina. Trouxe a morte para si mesmo. Perdeu a
participação na árvore da vida. Tornou-se naturalmente mortal. E, a partir
deste dia, ele morreria na morte – não teria uma existência contínua em forma
incorpórea após a morte.
Felizmente, a Palavra de Deus nos apresenta uma
reviravolta neste quadro, apresentando que o processo de morte iniciado em Adão
e a cessação de vida como conseqüência do pecado não seria um quadro perpétuo,
mas seria revertido em Cristo, na Sua Vinda: “Pois da mesma forma como em Adão todos morrem, em
Cristo todos serão vivificados. Mas cada um por sua vez: Cristo, as
primícias; depois, quando
ele vier, os que lhe
pertencem” (cf. 1Co.15:22,23).
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